terça-feira, 19 de outubro de 2010

AS VESTES E AS CORES LITÚRGICAS

Os paramentos sacerdotais: "Revestir-se de Cristo"

Este simbolismo que podemos apreciar na vida cotidiana, verifica-se com muito maior intensidade nas vestes litúrgicas, especialmente nas da Celebração Eucarística. Ao ser ordenado, o sacerdote reveste-se de Cristo, e esse fato é representado em cada Missa. O Papa Bento XVI afirmou que "os paramentos litúrgicos pretendem precisamente ilustrar o que significa 'revestir-se de Cristo', falar e agir in persona Christi (na pessoa de Cristo)".
O olhar do coração deve dirigir-se ao Senhor
Após lavar as mãos, pedindo a Deus para "limpá-la de toda mancha", o sacerdote coloca o amicto ao redor do pescoço e sobre os ombros, rezando: "Imponde, ó Senhor, sobre minha cabeça o elmo da salvação, para defender-me de todos os assaltos do demônio".
O nome deste paramento provém do latim 'amictus' (cobertura, véu) e sua origem remonta ao século VIII. Sobre seu simbolismo, afirma Bento XVI: "No passado - e nas ordens monásticas ainda hoje - ele era colocado primeiro sobre a cabeça, como uma espécie de capuz, tornando-se assim um símbolo da disciplina dos sentidos e do pensamento, necessária para uma justa celebração da Santa Missa".


A alva: lembrança da veste de luz recebida no batismo

Durante os primeiros séculos do Cristianismo, o vestuário dos eclesiásticos era idêntico ao dos leigos. Em plena perseguição religiosa, a prudência os aconselhava a evitar qualquer sinal que denunciasse aos agentes do governo seu "delito" de pertencer à Igreja e adorar o único Deus verdadeiro, infração punida com a morte naquela época.
No século VI, entretanto, deu-se no vestuário dos leigos uma transformação completa. Enquanto os romanos, influenciados pelos bárbaros que invadiram o Império, adotaram a veste curta dos germanos, a Igreja manteve o uso latino das longas vestimentas, as quais tornaram-se o traje distintivo dos clérigos e pouco a pouco ficaram reservadas para as ações sagradas.
Daí provém, entre outras, a alva, uma túnica talar branca. Ela é a veste litúrgica própria do sacerdote e do diácono, mas podem trajá-la também os ministros inferiores, quando devidamente autorizados pela autoridade eclesiástica. Ao revestir-se dela, o sacerdote reza: "Purificai-me, ó Senhor, e limpai meu coração para que, purificado pelo sangue do Cordeiro, possa eu gozar da felicidade eterna".
Essa oração alude à passagem do Apocalipse: os 144 mil eleitos "lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiero" (Ap 7, 14). Evoca também o vestido festivo que o pai deu ao filho pródigo, quando este voltou sujo e andrajoso à casa paterna, bem como a veste de luz recebida no batismo e renovada na ordenação sacerdotal.

O cíngulo da pureza

Revestido da alva, o sacerdote cinge-se com o cíngulo, um cordão branco ou da cor dos paramentos, símbolo da castidade e da luta contra as paixões desregradas. Enquanto o prende à cintura, o ministro de Deus eleva a Ele esta prece: "Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza e extingui meus desejos carnais, para que permaneçam em mim a continência e a castidade".


A estola da autoridade

Em seguida, o sacerdote reveste-se da estola, uma faixa do mesmo tecido e da mesma cor da casula, adornada de três cruzes: uma no meio, e as outras duas nas extremidades. Ela simboliza a autoridade espiritual do sacerdote, e do outro lado, o jugo do Senhor, que ele deve levar com coragem, e pelo qual há de recuperar a imortalidade. O padre a coloca em torno do pescoço, depois a cruza sobre o peito e passa por baixo do cíngulo, enquanto reza: "Restaurai em mim, Senhor, a estola da imortalidade, que perdi pela desobediência de meus primeiros pais, e, indigno como sou de aproximar-me de vossos sagrados mistérios, possa eu alcançar o gozo eterno".


O jugo do Senhor, simbolizado pela casula

Por último, coloca a casula, que completa a indumentária própria à celebração da Santa Missa. A oração para vesti-la também faz referência ao jugo do Senhor, mas lembrando o quanto este é leve e suave para quem o carrega com dignidade: "Ó Senhor, Vós que dissestes: 'Meu jugo é suave e Meu peso é leve', fazei que eu seja capaz de levar esta vestimenta dignamente, para alcançar a Vossa graça".

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

BUSQUEMOS A SANTIDADE NO NOSSO NAMORO

  1. Masturbação

A Igreja Mãe, é sábia. Nos coloca com todo seu magistério e confirmação do Espírito Santo, que o ato de se masturbar é pecado gravíssimo para a humanidade. Esse ato coloca a sexualidade - que consiste na união de dois filhos amados do Criador - em puro egoísmo e dureza de companheirismo e amor.

Quando o homem ou a mulher se masturba, coloca o seu corpo que é templo do Espírito Santo em perfeita profanação àquele que faz do nosso próprio corpo o seu templo. E a Profanação pode ser ainda maior, pois a cada Eucaristia que participamos e comungamos, nós nos tornamos o próprio tabernáculo que guarda o Corpo e Sangue do Cristo Eucarístico.

Ao cometer este ato de puro egoísmo, o homem ou a mulher se isola e quebra a aliança que o Cristo fez com o seu próprio Sangue. Vale lembrar que nos tempos atuais, a masturbação é considerada um ato de conhecimento pessoal de nosso corpo. O mundo nos submete a ver e sentir as propagandas explícitas incitando, principalmente os jovens, a se conhecerem através da masturbação a sexualidade.

  • Masturbação Visual

A masturbação visual consiste em ver o mundo com os olhos do puro sexo. Estamos envolvidos por filmes, revistas e propagandas que só se baseiam em mostrar e repartir a família. Nossos olhares são pegos com propagandas sem nenhum escrúpulo, que devemos sempre estar com a sexualidade a flor da pele.

O jovem é induzido a engolir um mundo que é materialista, que para vender seus produtos, apela para a sexualidade desenfreada a fim de seduzir novos clientes. Não podemos nos "poluir" com esses excessos de pornografia visuais que o mundo pluralista envolve cada vez mais a humanidade. Mas ressaltamos que se temos indícios que nos levam a essa pornografia, também não podemos nos deixar levar por isso. Muitos jovens aproveitam para se desculpar que se masturbam por causa das propagandas que incentivam tal coisa. Mas se de um lado temos algo que nos incentiva, de outro temos a força do Espírito Santo, que nos dá coragem para não nos poluirmos.

Temos que levar a nossa fé também aos meios de comunicação e gritar que somos templos do Espírito Santo. Que Deus nos quer puros e santos e que qualquer pornografia que nos leve a masturbação seja destruída com o poder de nossas orações.

  • Masturbação Escrita

Ainda dentro desse contexto temos a masturbação escrita, que são as revistas e livros pornográficos ou mesmo piadas.

Entendemos que tudo isso é pecado gravíssimo, pois se nós somos testemunhas vivas e tabernáculo do Cristo Eucarístico, devemos pelo desejo de buscar a santidade, destruir e fugir de tudo que nos leva a esse pecado.

Queremos sempre colocar nossas vidas a disposição do Senhor, colocar nossa sede de santidade na nossa sexualidade que pertence ao Cristo. Satanás tem atingido muitos filhos de Deus através da sexualidade desenfreada, colocando a masturbação como uma delícia, mas na verdade a masturbação nos leva a romper a aliança que temos com Deus.

Assim somos convidados a queimar toda a pornografia escrita e buscar não se poluir com a pornografia visual. E o mais importante, largar o pecado da masturbação e se confessar. E a cada dia consagrar-se ao Cristo e esperar o dia que Deus colocará a pessoa certa para que possa haver a entrega de dois filhos amados de Deus, isto é, de acordo com os mandamentos da Santa Madre Igreja, em que os dois fazem o voto de entregar-se um ao outro no sacramento do matrimônio.

10 MANDAMENTOS PARA UM NAMORO SANTO

  1. Consagrar o namoro a Cristo
  2. Não pecar contra a castidade
  3. Ter o diálogo como base do relacionamento
  4. Não pensar e nem provocar carícias excessivas
  5. Não ser motivo de escândalo
  6. Não tomar posse do outro
  7. Sempre usar roupas adequadas
  8. Ser exemplo para os outros
  9. Ter a sinceridade como princípio de todas as coisas
  10. Deixar Deus conduzir o namoro

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Santa Faustina e a Imagem de Jesus Misericordioso

O modelo de Jesus Misericordioso foi mostrado em visão à Santa Faustina no dia 22 de Fevereiro de 1931: "A noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das mãos erguida para a bênção, e a outra tocava-lhe a túnica entreaberta, sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido... Logo depois, Jesus me disse: 'Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós' (Diário nº 47) e ainda: 'Quero que essa imagem seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia' (Diário nº 49)".

Os raios do Sangue e da Água, que brotavam do coração, transpassado por uma lança, e as cicatrizes das chagas da crucificação relembram os acontecimentos da Sexta-Feira da Paixão.

O que chama atenção nessa imagem de Cristo, são os dois raios. Cristo perguntando sobre esta imagem (significado), esclareceu: "O raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Feliz aquele que viver à sua sombra".

A imagem de Jesus Misericordioso, é conhecida como Imagem da Misericórdia Divina, o que por sinal é justo, pois é no mistério pascal de Cristo que mais claramente se revelou o amor de Deus para o homem.

Santa Faustina - infância e entrada no convento


Não podemos falar sobre a Devoção à Divina Misericórdia, de Jesus Misericordioso, Terço da Misericórdia, sem falar de Santa Faustina, que é a grande apóstola da Misericórdia.

Santa Maria Faustina Kowalska, nasceu como a terceira filha de dez irmãos numa família profundamente religiosa na Polônia. Foi batizada na Próquia de São Casimiro e lá recebeu o nome de Helena. Frequentou a escola mas não chegou a terminar a terceira série.

Desde criança destingui-se pela piedade, pelo amor à oração, pelo zelo, pela obediência e por uma grande sensibilidade às misérias humanas.

Sentiu o chamado à vocação desde os 7 anos, porém seus pais não permitiram sua entrada no convento por não ter dinheiro para o dote. Com isso Helena procurou abafar esse chamado divino, com isso, a amargura invadia seu coração. A partir de então, ela se rendeu às vaidades mundanas até o dia em que teve uma visão de Cristo Sofredor e ouvir as palavras de repreensão d'Ele: "Até quando hei de ter paciência contigo e até quando me desiludirás?" Com isso, Helena deixou disfarçadamente a festa e foi até a catedral, sem prestar atenção em nada que ocorria a sua volta, caiu de bruços diante do Santíssimo Sacramento e pediu ao Senhor que falasse para ela o que fazer. Então ele ouviu as seguintes palavras: "Vai imediatamente a Varsóvia, e lá entrarás no convento".

Helena bateu em muitas portas de casas religiosas, porém após de percorrer várias, foi aceita na Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia. A Superiora ao recebê-la lhe promete admissão no convento, porém a aconselha a trabalhar afim de ganhar o suficiente para um modesto dote.

Depois de um ano trabalhando como doméstica, no dia 1º de Agosto, Helena entra para o Convento de Nossa Senhora da Misericórdia em Varsóvia. Na congregação recebeu o nome de Irmã Maria Faustina.

Realizou o noviciado em Cracóvia e lá, fez seus primeiros votos religiosos.
Após o 1º ano de noviciado, vieram as dolorosas experiências místicas chamadas de noites escuras, na qual uma das primeiras foi: "...E, ao sentir que as forças me abandonavam por completo, deixei-me cair no chão... estava sofrendo tormentos verdadeiramente infernais, que de certo nada se diferenciam dos tormentos do inferno. Nesse estado permaneci três quartos de hora" (Diário nº 24).

Além das noites escuras, Irmã Faustina também sofreu perseguições: "Eis que estou sendo julgada de todos os lados, já não existe em mim nada que tenha escapado do julgamento das Irmãs" (Diário nº 128). Essas perseguições e as noites escuras estão ligadas a realização da missão que lhe foi confiada por Deus. "... A minha alma cansada descansou um pouco e fiquei sabendo que o Senhor estava mais perto de mim durante estas perseguições" (Diário nº 128).

Dois anos após, em 30 de Abril de 1928, Irmã Faustina fez os votos temporários e foi enviada para Varsóvia para trabalhar na cozinha das irmãs.

Liturgia das Horas



O mistério de Cristo, sua encarnação e sua páscoa, que celebramos na eucaristia, especialmente na assembléia dominical, penetra e transfigura o tempo de cada dia pela celebração da Liturgia das Horas "O Ofício Divino". Esta celebração em fidelidade às recomendações apostólicas de "orar sem cessar", está constituída de tal modo que todo curso do dia e da noite seja consagrado pelo louvor de Deus. Ela constitui "a oração pública da Igreja", na qual os fiéis (clérigos, religiosos e leigos) exercem o sacerdócio régio dos batizados. Celebrada "segundo a forma aprovada" pela Igreja, a liturgia das horas é verdadeiramente a voz da própria esposa que fala com o esposo, e é até a oração de Cristo, com seu corpo, ao Pai.
A Liturgia das Horas é destinada a tornar-se a oração de todo o povo de Deus. Nela, o próprio Cristo "continua a exercer sua função sacerdotal por meio de sua Igreja", cada um participa dela segundo o seu lugar próprio na Igreja e segundo as circunstâncias de sua vida: os presbíteros(padres) enquanto dedicados ao ministério da palavra; os religiosos e religiosas, pelo carisma de sua vida consagrada; todos os fiéis, segundo suas possibilidades: "Os pastores de almas cuidaram que as horas principais, especialmente as vésperas, nos domingos e dias festivos mais solenes, sejam celebradas comunitariamente na Igreja. Recomenda-se que os próprios leigos recitem o Ofício Divino, ou juntamente com os presbíteros, ou reunidos entre si, e até cada um individualmente".
Celebrar a Liturgia das Horas exige não somente que se harmonize a voz com o coração que reza, mas também "que se adquira um conhecimento litúrgico e bíblico mais rico, principalmente dos salmos".
Os hinos e as ladainhas da oração das horas inserem a oração dos salmos no tempo da Igreja, exprimindo o simbolismo do momento do dia, do tempo litúrgico ou da festa celebrada. Além disso, a leitura da palavra de Deus a cada hora, e em certas horas, as leituras dos padres da Igreja e dos mestres espirituais revelam mais profundamente o sentido do mistério celebrado, ajudam na compreensão dos salmos e preparam para a oração silenciosa. A "Lectio Divina", em que a palvra de Deus é lida e meditada para tornar-se oração, esta sim enraizada na celebração litúrgica.
A Liturgia das Horas, que é como um prolongamento da celebração eucarística, não exclui, mas requer de maneira complementar as diversas devoções do povo de Deus, particularmente a adoração e o culto ao Santíssimo Sacramento.


Fonte: CIC (Catecismo da Igreja Católica) Nº1174 à 1178